OSTROGORSKI

domingo, 3 de maio de 2009

Reflexão Crítica sobre os Recursos Educacionais Abertos

Hoje, a partilha que vos trago está directamente relacionada com a causa primária que esteve na origem da criação deste blogue: o primeiro curso de formação em e-learning para docentes da Universidade Técnica de Lisboa.
De facto, quando nos é pedido que façamos, numa primeira fase (da actividade 5) uma análise SWOT dos Recursos Educacionais Abertos, optamos por considerar o contributo de Ilkka Tuomi, OER: What they are and Why do they matter?, 2006.
Neste contributo, um dos aspectos que mais curiosidade suscitou foi o equacionar de um cenário em que a existência de REA (Recursos Educacionais Abertos) parecia ser a solução de praticamente todos os desafios que se podem colocar no campo da educação (superior - e este é um aspecto a que regressaremos um pouco mais adiante na nossa análise). De facto, colocados perante um cenário em que os recursos disponibilizados seriam praticamente infindáveis e que, ainda por cima, os custos a eles associados tenderiam a decrescer até se tornarem negligenciáveis, parecia certo que, dentro em breve, estaríamos perante uma das "fórmulas do paraíso" (sobretudo para aqueles que, como nós, estão ligados de modo umbilical à educação e, mais concretamente, à educação superior, associada ao papel da Universidade - pelo menos até ao momento), uma vez que este cenário que se considera existir à escala laboratorial qual mundo liliputiano, parece estar destinado a ser reproduzido no mundo real...
A avaliar pela partilha do Presidente Emérito do MIT relativamente à sua experiência neste domínio [Vest. C.M. (2006) Open content and the emerging global meta-university. Educause Review, May/June 2006, pp. 18-30, p.30], ainda mais fácil seria ficarmos convencidos de que o mundo dos recursos educacionais abertos só poderia ser "cor-de-rosa", como um conto de fadas.
Mas, tal não nos parece ser o caso. Principalmente se tivermos em atenção que, nas palavras de Charles M. Vest, "...[tal como] A Internet e a Web fornecerão a infraestrutura comunicacional, [...] o movimento de acesso livre [...] e os seus derivados providenciarão grande parte do conhecimento e da infraestrutura de comunicação".

De facto, várias são as questões que, desde logo se podem equacionar no âmbito desta reflexão.

A primeira questão tem a ver com o conceito. Através da obra de Johnstone, S.M. (2005), Open Educational Resources serve the world. Educause Quarterly, Number 3 2005, pp.15-8, e apesar de o conceito lançado no Verão de 2002 na sequência da realização do
Forum on the Impact of Open Courseware for Higher Education in Developing Countries organizado pela UNESCO se ter amplificado e estendido a sua aplicação a praticamente todo o mundo, em 2004 as discussões conceptuais dividiam-se em "Recursos de apredizagem -cursos, módulos, elementos de aprendizagem, elementos e instrumentos de apoio e avaliação, comunidades de ensino online; Recursos para apoio a docentes - ferramentas e materiais de apoio para os professores criarem, adaptarem e utilizarem REA, bem como materiais de formação para professores e outras ferramentas de ensino; Recursos para assegurar a qualidade da educação e das práticas educacionais."

Curioso é constatar que, para além das mensagens optimistas quer da Ilkka, quer dos contributos que ela refere, também os vídeos disponibilizados no âmbito desta actividade apresentam um quadro muito optimista relativamente à realidade dos Recursos Educacionais Abertos.

Assim, e sumarizando, poderíamos identificar relativamente a estes REA, como os principais
pontos fortes, de entre os vários referidos:

1. o facto de poderem estar acessíveis para um número muito amplo de interessados;
2. o facto de poderem ser traduzidos em várias línguas sem que daí resultem exigências quer de direitos de autor, quer de pagamento de qualquer espécie de outros fees;
3. o facto de os conteúdos poderem ser actualizados com grande simplicidade e celeridade, ultrapassando as limitações naturalmente inerentes a qualquer sistema burocrático (curiosa foi a comparação feita entre a wikipédia e a encliclopédia britânica, nomeadamente no que se refere ao apuramento de erros/falhas e ao facto de que terão sido encontrado número igual, com a agravante de que para corrigir a última seria necessário esperar vários meses - senão anos, ao contrário do que sucede no caso da primeira).

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