Ostrogorski era um homem que se considerava, a si mesmo, Liberal. Profundamente crente na Democracia, não hesitou em argumentar (pelo menos enquanto era aluno da ELCP de Paris) a favor daquele que seria, sem dúvida, o sistema político desejável. O único capaz de assegurar o papel determinante do indivíduo, átomo essencial à constituição das sociedades.
Mas, ao chegar a Inglaterra, destino da primeira parte da sua investigação, a sua percepção mudou. Depois de aplicar, de modo implacável, extensos questionários a uma amostra que buscou sempre que fosse representativa do universo, acabou por detectar a existência de inúmeras características que tornavam o seu Ideal Democrático em algo que ele considerou ser detestável...

Ostrogorsky no Século XXI

Caríssimos Leitores,

Estranho nome o deste blogue... pensará a maioria de vós, certamente.
Mas, não pensem que este resultou de uma mera invenção ou ideia súbita que por vezes ataca os cérebros (até os mais saudáveis).

Antes pelo contrário: Trata-se de um humilde tributo a um politólogo do século XIX. Russo, natural de Grodno, judeu e extraordinariamente realista na análise que faz da política, da democracia e dos partidos políticos. Nascido em 1854 e desaparecido do convívio com os vivos em 1919. Marginalizado por ser excessivamente competente e, por isso, temido pelos seus congéneres permanece, até hoje, praticamente desconhecido um pouco por todo o mundo.

Em Portugal, eu dediquei ao seu pensamento e obra 5 anos de estudo, pesquisa e análise e, por fim, discuti uma tese de Mestrado em Ciência Política, da qual resultou um livro: A Fórmula do Poder. Elite, Partidos, Democracia e Corrupção Política no pensamento de Moisei Ostrogorski, publicado pelo ISCSP em Novembro de 2001.